Ativistas ucranianos organizaram novos protestos nesta quarta-feira (23) em resposta à aprovação de uma lei que, segundo críticos, compromete a eficácia dos órgãos de combate à corrupção no país. As manifestações seguem uma grande mobilização ocorrida na terça-feira (22), a primeira desde o início da guerra, e foram impulsionadas por preocupações expressas por oficiais da União Europeia e grupos de direitos humanos. Em meio à pressão popular, o presidente Volodymyr Zelensky convocou uma reunião com os líderes das principais agências anticorrupção e de segurança da Ucrânia.
Durante a reunião, Zelensky afirmou que a nova estrutura legislativa é essencial para um combate mais eficaz à corrupção, apesar das críticas. "Casos na Justiça não devem se arrastar por anos sem veredictos", declarou o presidente, enfatizando a necessidade de garantir que aqueles que atuam contra os interesses da Ucrânia sejam responsabilizados. Ele também anunciou que um plano de ação conjunto será elaborado nas próximas duas semanas para abordar as fraquezas institucionais.
Os protestos, que começaram em Kiev e se espalharam por outras cidades, exigem o veto da nova legislação, que aumenta a supervisão do governo sobre as agências anticorrupção. Críticos argumentam que isso pode reduzir a independência dessas instituições e aumentar a influência do governo nas investigações. A comissária de Ampliação da UE, Marta Kos, expressou sua preocupação com a votação, considerando-a um retrocesso significativo nas reformas anticorrupção da Ucrânia.
Zelensky defendeu a nova lei como uma forma de eliminar a "influência russa" na luta contra a corrupção e garantir punições para os culpados. Ele criticou a lentidão da legislação anterior em processar casos criminais, citando a impunidade de oficiais que fugiram do país. No entanto, não apresentou evidências concretas sobre a suposta interferência russa na questão.