O Pronto Socorro Municipal de Ananindeua (PSMA) completou um ano de funcionamento com apenas mil cirurgias realizadas, uma média de três procedimentos diários. A informação foi divulgada pelo prefeito Daniel Santos em suas redes sociais, onde ele comemorou o número, apesar de a expectativa inicial ser de 2.250 internações mensais, totalizando 27 mil por ano. A cidade, que possui cerca de 508 mil habitantes, enfrenta um cenário de superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), enquanto o PSMA é visto pela população como um "hospital fantasma".
A subutilização do PSMA é atribuída a relatos de que a unidade não funciona como um pronto socorro de "portas abertas", atendendo apenas pacientes encaminhados por UPAs. Em contrapartida, o Hospital de Emergências de Macapá, com uma população semelhante, realizou mais de 6 mil cirurgias no ano passado. Além disso, dados do Ministério da Saúde indicam que o PSMA teve apenas 79 internações mensais até março, corroborando a baixa atividade da unidade.
O vereador Flávio Nobre (MDB) visitou o PSMA e constatou a falta de movimentação, com leitos vazios e apenas quatro pacientes internados. Ele criticou a situação, ressaltando o investimento de mais de R$ 20 milhões na reforma e aquisição de equipamentos para o hospital. A situação foi reforçada por reportagens recentes que mostraram a ausência de atendimentos, com o repórter Paulo Cidadão registrando uma hora de espera sem que ninguém buscasse atendimento no local. A falta de transparência sobre o número real de atendimentos e internações também levanta preocupações sobre a gestão do PSMA.