O Ministério Público de São Paulo abriu um procedimento investigatório sobre a invasão da sede do Itaú, ocorrida na última segunda-feira (10), por um grupo de manifestantes que protestava contra a desigualdade fiscal no Brasil. O promotor Conserino destacou que ações de violência e depredação, independentemente de serem realizadas por movimentos sociais, são consideradas crimes, e que políticos poderão ser incluídos na investigação. A ação foi motivada pelo valor do edifício, adquirido por R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024, e pela percepção de que os proprietários pagam menos impostos que a população em geral.
O ato foi organizado por movimentos sociais, incluindo a frente Povo Sem Medo, e teve como pano de fundo a recente derrubada do aumento do IOF pelo Congresso, que fazia parte de um pacote de medidas do governo para aumentar a arrecadação. O deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos), um dos fundadores do movimento Nas Ruas, foi quem solicitou a investigação. O evento também se insere em um contexto mais amplo de críticas à desigualdade fiscal, com o governo buscando aprovar uma reforma do Imposto de Renda que visa taxar mais os super-ricos.
A manifestação na Avenida Paulista, que reuniu cerca de 15.100 pessoas, segundo estimativas da USP, foi marcada por um forte discurso contra a elite econômica e a defesa de uma justiça tributária mais equitativa. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou do evento, reforçou a necessidade de taxar os bilionários e os bancos, utilizando a hashtag "Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets" em suas redes sociais. A mobilização também criticou tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, ampliando o foco das reivindicações dos manifestantes.