O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou a aprovação de um polêmico projeto de lei que reduz impostos para empresários e corta gastos com programas sociais, na quinta-feira, 3 de julho. A legislação, que promete deixar quase 12 milhões de pessoas sem cobertura de saúde e milhões sem assistência alimentar, foi aprovada por aliados republicanos no Congresso e já está gerando reações entre líderes democratas, que veem nela uma oportunidade para revitalizar o partido nas próximas eleições.
Antes mesmo da votação final, os democratas começaram a planejar uma série de ações, incluindo comícios, campanhas de registro de eleitores e publicidade, com o intuito de destacar os aspectos mais controversos do projeto, apelidado por Trump de “Big Beautiful Bill”. O presidente do Comitê Nacional Democrata, Ken Martin, afirmou que a legislação será um fardo para os republicanos nas eleições de meio de mandato, destacando que se trata da “legislação menos popular da história moderna”.
Entretanto, apesar da mobilização, a eficácia da estratégia democrata ainda é incerta. O partido enfrenta desafios como a falta de um líder claro e uma mensagem coesa, além de que algumas disposições do projeto só entrarão em vigor após as eleições de 2026. A diretora executiva do comitê de ação política Priorities USA, Danielle Butterfield, alertou que é necessário um esforço maior para comunicar a mensagem aos eleitores, enfatizando que a mobilização deve ser uma prioridade.
O projeto de lei, que prevê US$ 4,5 trilhões em incentivos fiscais, também inclui cortes significativos no Medicaid e nos vales-alimentação, além de um retrocesso nos investimentos em energia verde. O Escritório de Orçamento do Congresso estima que a medida poderá aumentar o déficit em US$ 3,3 trilhões ao longo da próxima década, o que pode impactar ainda mais a percepção pública sobre a administração republicana.