O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o novo projeto de lei de impostos, aprovado pelos republicanos no Congresso na quinta-feira, 3 de outubro, como um 'grande e bonito' avanço. No entanto, líderes democratas veem a legislação como uma oportunidade para revitalizar o Partido Democrata, destacando os cortes significativos em programas sociais que, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, deixarão quase 12 milhões de pessoas sem cobertura de saúde e milhões sem assistência alimentar.
Os democratas já iniciaram planos para campanhas de conscientização, incluindo comícios e registros de eleitores, visando expor os aspectos mais controversos do que Trump chamou de 'Big Beautiful Bill'. Em estados-chave como Alasca, Iowa, Pensilvânia e Califórnia, o partido promete usar a legislação como um trunfo nas eleições de meio de mandato, com o presidente do Comitê Nacional Democrata, Ken Martin, afirmando que a legislação é 'a menos popular da história moderna'.
Apesar do potencial de mobilização, a eficácia da estratégia democrata ainda é incerta. O partido enfrenta desafios internos, como a falta de um líder claro e uma mensagem coesa, além da possibilidade de que muitos eleitores não percebam o impacto da legislação até as próximas eleições. A diretora executiva do comitê de ação política Priorities USA, Danielle Butterfield, alertou que o partido precisa intensificar seus esforços para se comunicar com os eleitores e não pode presumir que a indignação atual se traduzirá em apoio nas urnas.
O projeto de lei, que inclui US$ 4,5 trilhões em incentivos fiscais, também prevê cortes de US$ 1,2 trilhão em programas como o Medicaid e vales-alimentação, além de retrocessos em investimentos em energia verde. O CBO estima que o pacote aumentará o déficit em US$ 3,3 trilhões ao longo da década, o que pode complicar ainda mais a situação política dos republicanos nas próximas eleições.