Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam que, até 2044, quase metade da população adulta do Brasil, equivalente a 48%, estará enfrentando a obesidade, enquanto mais de 27% dos brasileiros terão sobrepeso. Isso representa mais de 130 milhões de pessoas afetadas, com um impacto econômico na saúde estimado em US$ 19,2 bilhões. A situação alarmante destaca a necessidade urgente de intervenções eficazes no tratamento da obesidade.
A cirurgia bariátrica surge como uma alternativa viável, com 74.696 procedimentos realizados em 2022, um aumento significativo de mais de 10 mil cirurgias em relação ao ano anterior, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Apesar de 303 mil brasileiros estarem indicados para a cirurgia, o processo exige um acompanhamento rigoroso de uma equipe multidisciplinar e a realização de diversos exames pré-operatórios, além de cuidados específicos no pós-operatório.
Para garantir um atendimento adequado aos pacientes bariátricos, a SBCBM lançou um manual com diretrizes para profissionais de saúde, abordando as possíveis complicações que podem surgir. O cirurgião bariátrico Caetano Marchesini, do Hospital São Marcelino Champagnat e um dos editores do guia, enfatiza a importância do conhecimento sobre as especificidades dos pacientes bariátricos, afirmando que é essencial para o diagnóstico e manejo de complicações, que podem ocorrer tanto precocemente quanto tardiamente após a cirurgia.
O guia, intitulado Advanced Bariatric Life Support (ABLS-Brasil), foi elaborado com a colaboração de quatro cirurgiões bariátricos e 46 profissionais da área, visando compartilhar experiências e conhecimentos que possam melhorar a qualidade do atendimento a esses pacientes. A SBCBM ressalta que a disseminação do conhecimento é fundamental para lidar com o aumento do número de cirurgias bariátricas no país e suas implicações na saúde pública.