Produtores brasileiros estão em alerta após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações do Brasil a partir de 1º de agosto. As reuniões entre representantes do governo brasileiro e setores afetados, como o de pescados e citros, estão programadas para discutir medidas que possam mitigar os impactos dessa taxação.
O setor de pescados já começou a sentir os efeitos da nova tarifa, com a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) informando que 58 contêineres, totalizando 1.160 toneladas de pescado, tiveram suas vendas canceladas. O diretor executivo da Abipesca, Jairo Gund, destacou que os Estados Unidos representam 70% do mercado externo de pescado brasileiro, sendo que 90% da tilápia exportada tem como destino o país norte-americano.
Além do setor de pescados, citricultores também expressam preocupação. Antonio Carlos Simonetti, presidente da Câmara Setorial da Citricultura de São Paulo, ressaltou a importância de uma negociação cuidadosa com o governo americano, uma vez que o Brasil é o maior fornecedor de suco de laranja para os EUA, que absorvem mais de 40% das exportações brasileiras desse produto.
As reuniões entre os exportadores e o governo federal, que começaram na segunda-feira (14) e se estenderão até quarta-feira (16), visam buscar soluções que possam adiar a implementação da tarifa e discutir a possibilidade de exclusão dos pescados das novas taxas, considerando que o Brasil representa menos de 1% das importações americanas desses itens.