Os Processos de Moscou, realizados entre 1936 e 1938, foram uma série de julgamentos políticos promovidos por Joseph Stalin, que resultaram na eliminação de lideranças soviéticas e na criação de um clima de medo na população. Esses processos ocorreram após o assassinato de Serguei Kirov, um importante líder bolchevique, em 1934, que gerou controvérsias sobre a responsabilidade do crime, com a oposição trotskista acusando Stalin de orquestrar a morte para eliminar concorrentes. Em resposta, o regime stalinista executou milhares de opositores, incluindo figuras proeminentes como Lev Kamenev e Grigori Zinoviev.
Os métodos utilizados durante os expurgos foram brutais, com os acusados sendo torturados pela NKVD, a polícia política soviética, até confessarem crimes que não cometeram e delatarem inocentes. Estima-se que milhares foram fuzilados e mais de um milhão foram enviados a campos de trabalho, onde enfrentaram condições desumanas. Apesar das denúncias feitas por Nikita Kruschev, que reabilitou algumas das vítimas na historiografia soviética, os horrores dos Processos de Moscou permanecem como um marco sombrio da história do comunismo.
Atualmente, o legado do stalinismo ainda é visível em alguns regimes da América Latina, como em Cuba e na Venezuela, que mantêm características do modelo soviético. O caso do poeta cubano Heberto Padilla, que, após criticar a ditadura castrista, foi preso em 1971, exemplifica a continuidade de práticas repressivas semelhantes às do período stalinista. A história dos Processos de Moscou e suas repercussões ainda ressoam, levantando questões sobre a liberdade de expressão e os limites do poder político.