A privatização da Sabesp, a maior companhia de saneamento do Brasil, foi oficialmente finalizada em 23 de julho de 2024, após um extenso processo que incluiu investigações de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e críticas de desmonte por parte de representantes dos trabalhadores. A venda de 32% das ações da empresa foi realizada por R$ 14,7 bilhões, com a Equatorial Participações e Investimentos adquirindo 15% desse total, tornando-se a principal investidora.
Desde a privatização, a Sabesp anunciou um plano de investimentos de R$ 70 bilhões até 2029, com a meta de antecipar em quatro anos a universalização dos serviços de água e esgoto. A companhia já investiu R$ 10,6 bilhões desde a mudança de controle. A adesão da cidade de São Paulo ao novo modelo de privatização, aprovada pela Câmara Municipal em 2023, foi considerada essencial, uma vez que a capital representa cerca de 50% dos negócios da empresa.
Entretanto, a privatização gerou preocupações entre os trabalhadores. O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) alertou sobre a perda de controle público e o aumento de terceirizações e demissões, com mais de 2 mil funcionários dispensados desde a privatização. Além disso, o sindicato expressou receios sobre a segurança dos trabalhadores e a possibilidade de exclusão de comunidades periféricas do plano de universalização.
Denúncias de cobranças abusivas também surgiram, levando a pedidos de abertura de CPI na Câmara Municipal de São Paulo. Moradores da Grande São Paulo relataram aumentos significativos nas contas de água, gerando insatisfação e questionamentos sobre a gestão da nova administração da Sabesp.