A prisão da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) na Itália, ocorrida nesta terça-feira (29) em Roma, reacendeu discussões sobre a extradição de cidadãos italianos. Zambelli foi detida após semanas foragida da Justiça brasileira, onde foi condenada a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de falsidade ideológica e invasão de sistema eletrônico. Seu nome constava na lista vermelha da Interpol, e ela buscou refúgio na Itália alegando que sua cidadania europeia impediria sua extradição.
A legislação italiana e o histórico diplomático entre Brasil e Itália indicam que a decisão sobre o futuro de Zambelli caberá à Justiça local, que poderá considerar fatores políticos em sua análise. O caso do ex-ativista Cesare Battisti, que foi condenado à prisão perpétua na Itália e teve sua extradição negada pelo Brasil em 2009, é um exemplo emblemático que ilustra as complexidades envolvidas. Battisti, que fugiu do Brasil e foi capturado na Bolívia em 2019, gerou uma crise diplomática entre os dois países.
Atualmente sob custódia da polícia italiana, Zambelli enfrenta um pedido de extradição formalizado pelo Brasil, que já foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores italiano. A Justiça italiana tem um prazo de 48 horas para decidir sobre a situação da deputada, que pode ser solta, colocada em prisão domiciliar ou mantida presa. O ministro da Justiça brasileiro, Ricardo Lewandowski, afirmou que não há impedimentos legais para a extradição, citando o caso de Battisti como um exemplo de reciprocidade esperada entre os países.