A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, após estar foragida por dois meses e constar na lista vermelha da Interpol. A detenção da parlamentar acendeu alertas no círculo próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais.
De acordo com informações do jornal O Globo, aliados de Bolsonaro estão preocupados com a possibilidade de que qualquer manifestação pública em apoio a Zambelli possa expor ainda mais o ex-presidente em um momento delicado. A orientação é que Bolsonaro evite comentários sobre o caso, alegando impedimentos legais, para não prejudicar sua situação nas investigações em andamento no STF.
Zambelli, que foi uma das parlamentares mais leais a Bolsonaro, viu sua imagem se deteriorar após um incidente em outubro de 2022, quando sacou uma arma e perseguiu um homem negro em São Paulo. Esse episódio, segundo Bolsonaro, contribuiu para sua derrota nas eleições. Desde então, a deputada tem tentado se reaproximar do núcleo bolsonarista, mas sem sucesso, sendo considerada uma figura tóxica dentro do partido.
Com a prisão de Zambelli, o entorno de Bolsonaro aposta que o silêncio estratégico ajudará a minimizar a exposição do ex-presidente e a afastar qualquer associação negativa que possa surgir em decorrência dos problemas legais da deputada, que enfrenta múltiplos processos judiciais, incluindo porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.