O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou nesta segunda-feira (21) que permanecerá no cargo, apesar da derrota de sua coalizão nas eleições para o Senado, onde o Partido Liberal Democrático (PLD) e seu aliado Komeito perderam a maioria. No pleito realizado no domingo, a coalizão precisava conquistar 50 das 125 cadeiras em disputa, mas obteve apenas 47, resultando em 122 cadeiras no total e a minoria nas duas câmaras do Parlamento.
A insatisfação dos eleitores, especialmente em relação à inflação, levou muitos a optarem por outros partidos, como o Sanseito, que promove uma agenda nacionalista. Kazuyo Nanasawa, uma eleitora de 25 anos, expressou seu descontentamento, afirmando que Ishiba deveria renunciar. A derrota ocorre após a coalizão já ter perdido a maioria na Câmara dos Deputados, marcando o pior resultado do PLD em 15 anos.
Em coletiva de imprensa, Ishiba justificou sua permanência no cargo, destacando a necessidade de lidar com mudanças no ambiente externo, como a situação internacional e desastres naturais. Ele se comprometeu a ouvir as vozes da população e a buscar apoio da oposição para aprovar legislações. Analistas apontam que a fragmentação da oposição dificulta a formação de um governo alternativo.
A inflação, exacerbada pela invasão russa da Ucrânia, impactou severamente o orçamento das famílias, com os preços do arroz dobrando. Além disso, o Japão enfrenta a ameaça de tarifas americanas de 25% sobre produtos, caso não haja um acordo até 1º de agosto, complicando ainda mais a situação econômica do país, especialmente para a indústria automotiva, que representa 8% dos empregos no Japão.