O presidente dos Correios, Fabiano Silva, apresentou sua carta de demissão nesta sexta-feira, 4 de outubro, em meio a uma crise financeira que resultou em um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2024. Silva, que vinha enfrentando pressão para deixar o cargo, entregou a documentação ao chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Santana Ribeiro. A oficialização da demissão ocorrerá após uma reunião entre Lula e Silva, agendada para a próxima semana.
A situação nos Correios se agravou com a insatisfação de diversos setores, incluindo empresas de transporte e membros do Congresso, que se opuseram às mudanças implementadas por Silva. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está buscando posicionar aliados tanto nos Correios quanto no Banco do Brasil, embora Lula resista a substituir a atual presidente do BB, Tarciana Medeiros, que goza de boa avaliação no governo.
A crise nos Correios não é recente; em 2024, a estatal registrou um rombo de R$ 2,6 bilhões, quatro vezes maior do que o prejuízo de R$ 597 milhões do ano anterior. Silva, que é membro do Grupo Prerrogativas, atribuiu parte do déficit à taxação de compras internacionais, conhecida como 'taxa das blusinhas', e à herança deixada pelo governo anterior de Jair Bolsonaro. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também pressionou por mudanças na gestão, exigindo um plano de cortes que Silva não aceitou, culminando em uma discussão acalorada entre os dois.