Fabiano Silva, presidente dos Correios, pediu demissão nesta sexta-feira (4), em meio a um cenário de crise financeira na estatal, que registrou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2024. A decisão ocorre após pressões internas e externas para sua saída, especialmente do Centrão, que busca influência no comando da empresa.
A carta de demissão foi entregue no Palácio do Planalto ao chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Santana Ribeiro. Lula, que se encontra no Rio de Janeiro para a Cúpula do Brics, deve oficializar a dispensa após uma reunião com Silva programada para a próxima semana.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já manifestou interesse em colocar aliados nos Correios e no Banco do Brasil, embora Lula resista a mudanças na presidência do BB, que goza de boa avaliação. A situação nos Correios, marcada por um rombo financeiro e descontentamento no Congresso, complicou ainda mais a permanência de Silva, que teve um desentendimento recente com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, sobre cortes de gastos na empresa.
Silva, que é membro do Grupo Prerrogativas, atribuiu o prejuízo à taxação de compras internacionais, uma medida que afetou severamente a operação dos Correios. Ele também destacou que a situação financeira da empresa é reflexo da herança deixada pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro.