Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, negou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24), qualquer envolvimento em vazamentos de informações sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2022. Moretzsohn afirmou que sua atuação se limitou a uma auditoria técnica contratada pelo Partido Liberal (PL) e que não tratou de fraudes, mas sim de problemas técnicos. "Tratamos de problemas técnicos e não falamos de fraude em hipótese alguma", declarou ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
O Instituto Voto Legal prestou serviços ao PL durante o pleito, e o relatório produzido pela entidade foi utilizado para protocolar uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que alegava inconsistências em cinco modelos de urnas. Moretzsohn defendeu que o objetivo do trabalho era garantir a conformidade com normas técnicas e aumentar a confiança no sistema eleitoral.
A Procuradoria Geral da República (PGR) alega que Moretzsohn e outros envolvidos tinham ciência de que as alegações de fraude eram infundadas e que um relatório foi vazado para a imprensa. O depoimento de Moretzsohn ocorreu após o do major da reserva do Exército Ângelo Denicoli, que também é acusado de participar da produção de informações falsas sobre o processo eleitoral. Denicoli se limitou a responder algumas perguntas da juíza e afirmou não ter realizado auditorias ou ataques às urnas eletrônicas.