O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (8.jul.2025) que a recente invasão de hackers na C&M Software não comprometeu a estrutura de proteção digital da instituição. Segundo Galípolo, um indivíduo obteve acesso a senhas e credenciais, permitindo desvios de recursos das contas reservas mantidas por instituições financeiras junto ao BC.
O acesso foi caracterizado como um "acesso legítimo", possibilitando o resgate de valores das contas que são essenciais para operações como o Pix e transferências bancárias (TEDs). O presidente destacou que, apesar do incidente, a estrutura de proteção do BC funcionou adequadamente e que nenhum cidadão ou empresa foi prejudicado, uma vez que os valores desviados pertenciam às próprias instituições financeiras.
Galípolo participou de uma reunião com membros da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e do Instituto Unidos Brasil, onde esclareceu que o ataque foi classificado pela polícia como um caso de engenharia social, e não um ataque hacker tradicional. Ele ressaltou que as investigações estão em andamento, conduzidas pela Polícia Federal e pelo BC.
Na quinta-feira (3.jul.2025), a Polícia Civil prendeu João Nazareno Roque, ex-funcionário da C&M Software, suspeito de facilitar a brecha de segurança que resultou no desvio de R$ 800 milhões de oito instituições financeiras, supostamente recebendo R$ 15.000 pelo serviço. Galípolo enfatizou que o sistema do BC não foi fraudado e que a operação diária do banco envolve R$ 8 trilhões, o que teria gerado um problema de proporções muito maiores caso houvesse acesso ao sistema central.