O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que é legítimo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discordar dos recentes aumentos da taxa Selic. Galípolo destacou que a relação pessoal entre eles não influencia suas decisões institucionais. "Dizer isso de maneira nenhuma confunde as relações pessoais, assim como as relações pessoais de maneira nenhuma permeiam as decisões institucionais que cada um de nós tem de tomar", afirmou.
O chefe do BC também comentou sobre a crise gerada pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), quando o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a decisão do governo contava com a anuência de Galípolo, o que foi negado por ele. O presidente do Banco Central ressaltou que tratou diretamente do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, Galípolo revelou que sua principal influência como pensador é o economista John Maynard Keynes, mas que, como presidente do BC, adota a abordagem do ex-presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke. "Não existem ateus em trincheiras de guerra, nem ideólogos à frente de bancos centrais em momentos de crise. Lá, você faz o que tem de fazer", concluiu.