O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, nesta quarta-feira (9 de julho de 2025), que cerca de 60% dos itens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estão acima do teto da meta inflacionária, estabelecido em 4,5%. Galípolo destacou que as expectativas dos agentes financeiros indicam que a inflação deve permanecer acima da meta de 3% até 2027.
Durante sua apresentação, Galípolo enfatizou a necessidade de medidas rigorosas para reduzir a inflação ao patamar de 3%, ressaltando que 72,5% dos itens do IPCA estão acima da meta. Ele classificou a situação como uma inflação “bastante disseminada”, com 45% dos itens em níveis superiores a 6%. O presidente do BC expressou preocupação com as projeções desancoradas e afirmou que a autoridade monetária não pode ser condescendente com o descumprimento da meta.
Galípolo também se manifestou contra a flexibilização da meta de inflação, argumentando que isso poderia sinalizar uma desvalorização da moeda brasileira. Ele reafirmou que a meta de 3% é um comando legal e não uma sugestão, e que o Banco Central deve agir para garantir a convergência da inflação para esse objetivo. A taxa Selic foi elevada para 15% ao ano como parte das estratégias para controlar a inflação, que já está fora do intervalo permitido há oito meses.