Alexandre Ostrowiecki, presidente do conselho da Multilaser, destacou em entrevista ao Poder360 que o excesso de burocracia e o sistema tributário brasileiro são obstáculos significativos para a produtividade e inovação no país. Ostrowiecki, de 46 anos, afirmou que o Brasil precisa enfrentar uma agenda de reformas que inclua a abertura econômica, a melhoria da educação básica e a redução da burocracia para liberar seu potencial. "Sem mercado global, não tem como competir", enfatizou, citando a Coreia do Sul como exemplo de sucesso na transformação econômica.
O empresário reconheceu os avanços trazidos pela reforma tributária, mas considerou o novo modelo insuficiente, apontando que o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) ainda é um dos mais altos do mundo. Ele defendeu uma redução da carga tributária, sugerindo que a taxa poderia cair para 15%. Ostrowiecki também incentivou os empresários a se envolverem mais no debate público, mencionando a criação do Ranking dos Políticos, que avalia o desempenho de deputados e senadores, como uma forma de melhorar o ambiente político.
Além de discutir questões econômicas, Ostrowiecki criticou a postura do Brasil em relação a regimes autoritários e a guerra no Oriente Médio, afirmando que o país deveria adotar uma posição neutra nas relações internacionais. Ele expressou preocupação com o alinhamento do Brasil a ditaduras e a incoerência nas condenações a Israel. A Multilaser, que cresceu apesar do ambiente desafiador, emprega cerca de 4.500 pessoas e faturou aproximadamente R$ 4 bilhões no último ano, consolidando-se como uma das principais empresas de eletroeletrônicos do Brasil.