O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, foi formalmente acusado na Justiça de São Paulo no caso envolvendo a casa de apostas Vai de Bet. A denúncia, acatada pela juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, também inclui cinco outros réus, entre eles ex-dirigentes do clube e um empresário. Todos enfrentam acusações de lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado.
A defesa de Melo anunciou que irá solicitar um habeas corpus para extinguir o processo, alegando que ele é vítima de um procedimento ilegal e repleto de abusos. Os advogados citam irregularidades, como o acesso a dados do Coaf sem autorização judicial e a participação de órgãos estaduais em um caso que deveria ser de competência federal.
Além de Melo, os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, assim como o empresário Alex Cassundé e os operadores financeiros Victor Henrique Shimada e Ulisses de Souza Jorge, também foram denunciados. Ulisses é apontado como beneficiário de R$ 1,4 milhão desviado do contrato com a Vai de Bet, que foi rescindido em junho de 2024 após a revelação de repasses suspeitos.
O contrato de R$ 360 milhões firmado entre o Corinthians e a Vai de Bet previa pagamentos mensais significativos à intermediadora Rede Media Social Ltda., que é ligada a Cassundé. A investigação da Polícia Civil revelou que a empresa utilizou uma rede de empresas fantasmas para movimentar valores, levantando suspeitas sobre a relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O clube nega qualquer vínculo com a empresa mencionada.