O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, decidiu permanecer em seu cargo, mesmo após seu partido perder a maioria na Câmara dos Conselheiros durante as eleições de domingo, 20. O destaque das votações foi o crescimento do partido ultranacionalista Sanseito, que saltou de uma cadeira para 14, consolidando-se como a quarta maior força de oposição no país.
O Sanseito, liderado por Sohei Kamiya, um veterano do exército, adota um discurso nacionalista e anti-imigração, semelhante ao trumpismo nos Estados Unidos. Kamiya, que ganhou notoriedade por suas declarações polêmicas, afirmou em um comício recente que o Japão corre o risco de se tornar uma colônia devido à influência das multinacionais e à pressão estrangeira.
Com uma base de apoio crescente, especialmente entre homens jovens e da classe trabalhadora, o Sanseito se aproveitou do descontentamento popular com o Partido Liberal Democrático (PLD), que enfrenta críticas por sua gestão da crise econômica e escândalos. Jeffrey Hall, professor da Universidade Kanda, destacou que a recente eleição demonstra a viabilidade de uma direita populista no Japão, embora o futuro do Sanseito ainda seja incerto, dependendo da capacidade do partido de atender às expectativas dos eleitores.