A Prefeitura de Jacareí, em São Paulo, anunciou nesta semana que poderá desapropriar a área da fábrica da Caoa Chery caso a montadora não apresente um plano de retomada das atividades em 45 dias. A unidade está desativada desde 2022 e, segundo a administração municipal, não está cumprindo a função social prevista na doação do terreno, que visava a geração de empregos na região.
O prefeito Celso Florêncio (PL) afirmou que a prefeitura tentou dialogar com a empresa para a reabertura da fábrica, mas não obteve sucesso. A inatividade da unidade, que deveria gerar mais de 3 mil postos de trabalho, resultou em apenas 444 empregados em 2020 e levou à demissão de 485 funcionários em 2022. A prefeitura considera que a situação causa prejuízos ao erário e ao interesse público.
Caso a desapropriação se concretize, a administração municipal estima que terá que pagar R$ 17,7 milhões à Caoa Chery, valor que representa a diferença entre os investimentos feitos pela prefeitura e a avaliação do complexo. O prefeito também mencionou a intenção de leiloar a área para atrair novas indústrias para a cidade, buscando assim cumprir a função social do terreno.
A Caoa Chery, por sua vez, informou que ainda não recebeu formalmente a notificação da prefeitura e não se manifestou sobre a situação atual da fábrica. A unidade foi desativada sob a justificativa de uma reestruturação para adaptação à produção de veículos elétricos e híbridos, mas a promessa de retomada das atividades neste ano não se concretizou.