A Prefeitura de Jacareí, no interior de São Paulo, notificou a montadora Caoa Chery sobre a possibilidade de desapropriação da área doada para sua fábrica, caso a empresa não apresente um plano para retomar a produção de veículos na cidade. A unidade está desativada desde 2022, quando a montadora demitiu 485 funcionários sob a justificativa de adequações para a produção de veículos elétricos, que ainda não ocorreram.
O prefeito Celso Florêncio (PL) afirmou que tentou dialogar com a Caoa Chery, mas não obteve resposta satisfatória. Em ofício enviado à empresa, a prefeitura estabeleceu um prazo de 45 dias para que um plano de retomada das atividades seja apresentado, sob pena de iniciar o processo de desapropriação, que pode custar R$ 17,7 milhões aos cofres públicos.
A administração municipal argumenta que a doação da área em 2010 foi condicionada ao funcionamento da unidade e à geração de empregos, o que não ocorreu. Dados administrativos indicam que, em 2020, a fábrica contava com apenas 444 empregados, em contraste com a expectativa inicial de mais de 3.000 postos de trabalho. A falta de atividade da planta, segundo a prefeitura, causa prejuízos ao erário e frustra os objetivos de desenvolvimento econômico da região.
A fábrica da Caoa Chery, inaugurada em 2014, foi a primeira da montadora chinesa no Brasil, com um investimento inicial de US$ 400 milhões. Desde a parceria com a CAOA em 2017, a expectativa era reverter o baixo desempenho de vendas, mas a situação atual levanta preocupações sobre o futuro da operação em Jacareí.