A Prefeitura de Goiânia anunciou, nesta segunda-feira (28), a rescisão dos convênios com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades Dona Íris, Célia Câmara e Nascer Cidadão. A decisão foi tomada após uma análise técnica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que identificou descumprimento de metas assistenciais, baixa produtividade e gastos administrativos excessivos.
O assessor técnico da SMS, Frank Cardoso, informou que o estudo que fundamentou a rescisão teve início em março de 2025 e avaliou a produção das unidades entre julho de 2024 e março deste ano. Durante esse período, a meta de internações obstétricas, estipulada em 405 por mês, não foi alcançada em nenhum dos meses analisados. Além disso, a realização de exames e procedimentos, como ultrassonografias e inserção de DIUs, ficou aquém do esperado, com meses registrando apenas 380 exames realizados, quando o contrato previa 1.418.
Os dados também apontaram que a taxa de ocupação dos leitos cirúrgicos e o volume de atendimentos ambulatoriais especializados estavam abaixo do esperado. No Hospital e Maternidade Dona Íris, a meta de 576 consultas mensais não foi cumprida desde 2021, com registros de menos de 200 atendimentos em diversos meses. A Fundahc também ultrapassou o limite de 3% em despesas administrativas, comprometendo até 13% do valor dos convênios, o que representa um custo de R$ 2,6 milhões mensais, quatro vezes maior que o de outras gestoras de saúde.
Com a rescisão, a Prefeitura de Goiânia iniciará a transição para um novo modelo de gestão, prevendo a contratação emergencial de organizações sociais até a finalização de um chamamento público definitivo. A previsão é que a substituição da Fundahc ocorra em até 30 dias, com o objetivo de garantir maior eficiência e qualidade nos atendimentos do SUS nas unidades materno-infantis da capital. Em resposta, a Fundahc afirmou que sempre conduziu os convênios com transparência e que os serviços continuarão sendo oferecidos à população.