A Prefeitura de Goiânia anunciou a retirada da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) da gestão das maternidades públicas Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão, optando por transferir a administração para Organizações Sociais (OSs). A decisão, motivada pela necessidade de reduzir custos operacionais, levanta preocupações sobre a qualidade do atendimento e a responsabilidade social no setor de saúde.
A Fundahc, vinculada ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), é reconhecida por integrar ensino, pesquisa e práticas médicas, assegurando um atendimento qualificado a gestantes e recém-nascidos. A mudança para gestão por OSs, que operam com base em metas e produtividade, pode comprometer a complexidade do cuidado obstétrico e neonatal, priorizando indicadores numéricos em detrimento da assistência humanizada.
Além disso, a retirada da Fundahc representa um corte na ligação entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a universidade, essencial para a formação de profissionais de saúde. A decisão ocorre em um contexto de dificuldades financeiras enfrentadas pela prefeitura, mas especialistas alertam que a solução para a crise não deve ser buscada à custa de serviços públicos essenciais, como a saúde materno-infantil.
A defesa das maternidades públicas sob gestão da Fundahc é, portanto, uma defesa da vida, garantindo que o cuidado com gestantes e recém-nascidos seja tratado com a seriedade e a qualidade necessárias, longe de uma lógica mercadológica que pode desumanizar o atendimento.