Organizações de defesa dos direitos humanos manifestaram repúdio à atitude do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, que resultou na saída da professora Maria Inês da Silva Barbosa da 15ª Conferência Municipal de Saúde, realizada nesta quarta-feira (30). A professora, doutora em saúde pública e referência no debate sobre racismo e saúde, foi alvo de críticas após utilizar pronomes neutros durante sua palestra, o que gerou uma discussão acalorada entre ela e o prefeito.
Brunini classificou o uso de pronomes neutros como "doutrinação ideológica", enquanto a professora defendeu que essa prática é uma forma de promover igualdade no atendimento a pacientes. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Rede de Mulheres Negras do Nordeste se manifestaram em apoio à professora, denunciando a atitude do prefeito como autoritária e racista, e ressaltando a importância da liberdade de expressão e do respeito às identidades de gênero.
Além disso, a Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) também repudiou a conduta do prefeito, afirmando que ele não pode impor suas regras pessoais em detrimento dos direitos da população. A professora Maria Inês, que se retirou do evento após ameaças de expulsão, é reconhecida por seu trabalho na formulação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, e sua saída foi considerada um ataque à diversidade e à inclusão no debate sobre saúde pública.