O prefeito de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD), passou 20 horas vivendo como morador de rua no último dia 10 de outubro, em uma iniciativa para compreender melhor as dificuldades enfrentadas por essa população. Disfarçado com barba postiça, peruca e roupas andrajosas, ele recebeu quase R$ 6 em esmolas e foi surpreendido ao não ser reconhecido por sua própria família, que passou por ele sem perceber. "Senti na pele o que é ser invisível", relatou ao Estadão.
Durante sua experiência, Espíndola observou a realidade de moradores de rua em diferentes áreas da cidade, incluindo locais com alta concentração de tráfico de drogas. Ele destacou que, embora a dependência química não seja a causa principal para as pessoas estarem nas ruas, ela é um fator que dificulta a saída dessa situação. O prefeito também recebeu gestos de solidariedade, como um menino que lhe trouxe uma xícara de café em um dia frio.
Após ser reconhecido por uma equipe de assistência social, o prefeito decidiu encerrar sua vivência antes do planejado. Ele anunciou que enviará um projeto à Câmara Municipal para autorizar a internação involuntária de moradores de rua com dependência química, além de implementar um observatório municipal para monitorar a situação dessa população. Desde o início do ano, a prefeitura já reduziu o número de moradores de rua de 280 para 170, através de programas de assistência e reabilitação.