Os preços do café arábica atingiram uma máxima em dez dias nesta sexta-feira (11), alcançando US$ 2,9760 por libra-peso, em meio à preocupação dos investidores com a possibilidade de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, proposta pelo governo Trump. No entanto, os preços recuaram ao final do pregão, fechando em US$ 2,865, uma queda de 0,5%. O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, enfrenta um cenário tenso, já que os Estados Unidos são seu principal cliente, consumindo 33% do café brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, em declarações feitas na mesma data, a intenção de buscar uma solução diplomática para a questão, mas deixou claro que o Brasil retaliará na mesma proporção caso as tarifas sejam implementadas a partir de 1º de agosto. Especialistas do setor alertam que a nova tarifa pode interromper praticamente os embarques de café brasileiro para os EUA, dificultando o abastecimento do mercado americano com volumes ou preços semelhantes.
Além disso, a expectativa de queda nos estoques de café nos EUA tem gerado um aumento na demanda por estoques certificados na bolsa ICE, o que pode levar a um aumento nos preços futuros do café. Os contratos futuros do café robusta, por outro lado, apresentaram uma queda significativa de 3,1%, atingindo US$ 3,216 por tonelada, refletindo um cenário de incertezas no mercado.
Os analistas indicam que, a longo prazo, as tarifas impostas pelos EUA podem resultar em uma maior oferta no mercado global de exportação, influenciando os preços mundiais de forma negativa. Enquanto isso, outras commodities, como o açúcar, mostraram uma leve recuperação, ignorando em grande parte a ameaça de tarifas sobre o Brasil.