Belém, capital do Pará e sede da COP30, enfrenta uma crise de preços exorbitantes em hospedagens, com diárias chegando a R$ 6.500. Os valores, que superam em até cinco vezes os praticados em eventos anteriores, chamaram a atenção de delegações internacionais que consideram a possibilidade de reduzir suas equipes ou até cancelar a participação na conferência climática, marcada para 10 a 21 de novembro.
Apesar de um acordo anunciado em abril pelo governo federal para regular os preços, o termo permanece sem assinatura devido à falta de consenso com o setor hoteleiro e plataformas de reserva. Enquanto isso, hotéis em Nova York, uma das cidades mais caras do mundo, oferecem diárias entre R$ 250 e R$ 500, evidenciando a discrepância nos preços em relação a Belém.
A Secretaria Extraordinária para a COP30 já havia alertado sobre os preços elevados em abril, solicitando apoio de órgãos federais para dialogar com hotéis e imobiliárias. No entanto, as negociações não avançaram, e a situação se agravou durante reuniões preparatórias da COP30 em Bonn, onde delegações estrangeiras expressaram preocupações sobre os altos custos.
O governo do Pará tentou mitigar a crise ao fechar um acordo com hotéis para garantir 500 quartos a preços entre US$ 100 e US$ 300, mas muitos desses estabelecimentos estão localizados em áreas distantes do centro da cidade. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou 24 hotéis sobre os aumentos, mas a resposta do setor foi negativa, complicando ainda mais a situação.