Portugal está passando por uma transformação significativa em seu setor vitivinícola, impulsionada por uma nova geração de viticultores e enólogos. Essa revolução, que se afasta das tradições do Vinho do Porto, prioriza práticas sustentáveis e modernas, respeitando as castas autóctones e os terroirs únicos do país. A nova viticultura, que se destaca em regiões como Dão e Alentejo, adota técnicas de agricultura regenerativa e biodinâmica, além de tecnologias avançadas como drones e sensores de solo para otimizar o cultivo.
Os produtores estão investindo em métodos que valorizam o plantio em altitude e em solos menos férteis, buscando um equilíbrio entre o vigor das vinhas e a qualidade das uvas. A colheita, frequentemente manual, é realizada em horários estratégicos para preservar os aromas das uvas. Na vinificação, a escolha criteriosa de barricas e a utilização de materiais alternativos, como ânforas de barro e ovos de cimento, têm se tornado comuns, promovendo uma expressão mais autêntica do terroir.
Além disso, Portugal se destaca no mercado internacional de vinhos naturais, que são produzidos com mínima intervenção e sem adição de sulfitos. Regiões como Alentejo e Douro têm se tornado referência na produção de vinhos complexos e texturizados, atraindo a atenção de consumidores em feiras internacionais e restaurantes especializados. O crescimento das exportações de vinhos portugueses, que ultrapassaram 1.000 milhões de euros, reflete a crescente demanda por rótulos que combinam qualidade e preços competitivos, consolidando o país como um importante player no cenário global.
Com a participação em eventos internacionais como ProWein e Vinexpo, Portugal tem promovido sua rica diversidade vitivinícola, apresentando desde os tradicionais vinhos do Porto até blends orgânicos e naturais, atraindo a atenção de mercados como Estados Unidos, Brasil e Reino Unido.