Na última semana, Portugal aprovou a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF), uma nova divisão da Polícia de Segurança Pública (PSP) destinada a reforçar o controle sobre a imigração no país. A medida, que entra em vigor em 30 dias, foi aprovada com o apoio da coalizão de centro-direita Aliança Democrática e do partido radical Chega, enquanto todos os partidos de esquerda se abstiveram. A UNEF substituirá o extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), cujas funções foram redistribuídas entre várias entidades governamentais.
A UNEF terá a responsabilidade de controlar a entrada e saída de imigrantes em aeroportos, conceder vistos na chegada, lidar com situações de permanência irregular e coordenar a repatriação de cidadãos em situação irregular. A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, destacou que a criação da unidade é uma demonstração do compromisso do Estado em proteger e respeitar todos os que se encontram no território português, enfatizando a relação entre segurança e controle de fronteiras.
Além da criação da UNEF, o governo português tem implementado uma série de restrições à imigração, incluindo a expulsão de quase 34 mil imigrantes que tiveram pedidos de residência negados, sendo 5.368 brasileiros. O visto de procura de trabalho, muito solicitado por brasileiros, será limitado a profissões altamente qualificadas, e o reagrupamento familiar agora exige dois anos de residência no país. Essas mudanças têm gerado preocupação entre a comunidade brasileira, que representa a maior parcela de imigrantes em Portugal, com cerca de 550 mil brasileiros vivendo no país.