A escola de samba Portela, uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro, anunciou que o enredo para o Carnaval de 2026 será dedicado a Custódio Joaquim de Almeida, um babalorixá de destaque na história do Rio Grande do Sul. Custódio, que viveu em Porto Alegre e faleceu em 1935 aos 104 anos, é reconhecido como uma figura emblemática das religiões afro-brasileiras, especialmente do batuque, a vertente mais antiga dessas práticas no estado.
O enredo, intitulado 'O Mistério do Príncipe do Bará – A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande', promete explorar a trajetória de Custódio, que, apesar de suas origens humildes e de ser considerado marginal pela elite da época, conseguiu estabelecer conexões com os círculos mais altos da sociedade gaúcha. Ele é creditado por ter assentado ocutás, objetos religiosos, em diversos pontos de Porto Alegre, incluindo o famoso Bará do Mercado.
Custódio Joaquim de Almeida, que pode ter nascido em uma linhagem real do antigo Reino do Benin, é uma figura que desperta interesse entre historiadores e antropólogos, que buscam esclarecer sua biografia repleta de contradições. O reconhecimento de sua importância cultural e histórica se reflete na escolha da Portela, que busca celebrar a ancestralidade negra e a rica herança das religiões afro-brasileiras no Brasil.
