Marie Curie, a renomada cientista polonesa e vencedora de dois Prêmios Nobel, está no centro de uma controvérsia sobre sua identidade nacional. Nascida Maria Skłodowska em Varsóvia, então parte do Império Russo, Curie é frequentemente associada à França, onde viveu por mais de três décadas e se tornou a primeira mulher a lecionar na Universidade de Paris. Recentemente, o Banco Central Europeu (BCE) incluiu seu nome em uma proposta para novas cédulas do euro, mas a forma utilizada, 'Marie Curie', gerou descontentamento entre os poloneses, que defendem a inclusão de seu sobrenome de nascimento.
A polêmica ganhou destaque após diplomatas poloneses em Bruxelas e o governador do Banco Central da Polônia, Adam Glapiński, expressarem preocupações sobre a representação de Curie. Em resposta, o BCE atualizou a descrição para 'Marie Curie (nascida Skłodowska)', reconhecendo sua herança polonesa. O eurodeputado Janusz Lewandowski elogiou a decisão, afirmando que é um passo importante para refletir a identidade de Curie.
Embora a Polônia utilize o zloty como moeda, a questão da identidade de Curie ressoa profundamente no país, que tem uma história marcada por tentativas de apagamento cultural. A escritora Karolina Żebrowska destacou a importância de Curie como símbolo da luta pela preservação da identidade polonesa, especialmente em um contexto histórico onde a Polônia foi removida do mapa europeu em várias ocasiões. O BCE planeja concluir o processo de design das novas cédulas até 2026, mas a discussão sobre a identidade de Curie provavelmente continuará a ser um tema relevante entre os poloneses.