A Policitemia Vera (PV) é uma doença rara e crônica do sangue, caracterizada pela produção excessiva de células sanguíneas, especialmente glóbulos vermelhos, pela medula óssea. Essa condição, que afeta entre 1,5 e 3 pessoas a cada 100 mil habitantes anualmente, torna o sangue mais espesso, aumentando o risco de coágulos, infartos e acidentes vasculares cerebrais. A PV está frequentemente associada a uma mutação no gene JAK2, presente em mais de 95% dos casos.
O tratamento da PV é definido pela estratificação de risco trombótico, dividindo os pacientes em dois grupos: baixo risco, com idade até 60 anos e sem histórico de trombose, e alto risco, com idade acima de 60 anos ou histórico de trombose. Pacientes de baixo risco geralmente recebem sangrias e aspirina, enquanto aqueles de alto risco podem necessitar de medicamentos citorredutores, como hidroxiureia e ruxolitinibe.
Recentemente, novas terapias têm sido desenvolvidas, como o ropeginterferon alfa-2b, que pode modificar o curso da doença, e o rusfertide, um peptídeo que reduz a produção de glóbulos vermelhos ao limitar a disponibilidade de ferro. Estudos clínicos têm demonstrado a eficácia do rusfertide, que pode mudar o paradigma do tratamento, oferecendo aos pacientes opções menos invasivas e com maior potencial de melhorar a qualidade de vida.
Com o acompanhamento especializado, a PV é uma condição controlável. Os avanços nas terapias disponíveis, como o ropeginterferon e o rusfertide, representam um progresso significativo, proporcionando mais segurança e bem-estar aos pacientes que convivem com essa doença crônica.