O agente da Polícia Federal Wladmir Matos Soares, réu no núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmou nesta segunda-feira (28) que atuou na equipe de segurança do ministro Alexandre de Moraes durante seu mandato como ministro da Justiça em 2016. O depoimento ocorreu por videoconferência, sob a supervisão do juiz Rafael Tamai, que é relator do caso. Soares está preso desde o ano passado e nega qualquer atividade ilegal.
Durante o interrogatório, Soares detalhou sua experiência em segurança de grandes eventos e mencionou sua função na proteção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a transição de governo, em novembro de 2022. Ele foi escalado para a segurança do hotel onde Lula se hospedou, um dia após sua diplomação como presidente eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, investigações indicam que ele teria vazado informações sobre a segurança do presidente.
O policial destacou que estava envolvido em uma operação oficial da PF, a Operação Posse, e que sua atuação se restringiu aos hotéis próximos ao local de hospedagem do presidente eleito. O interrogatório de Soares faz parte de uma série de depoimentos que envolvem outros nove militares do Exército, acusados de planejar ações táticas relacionadas a um suposto plano golpista, incluindo o monitoramento de autoridades como Moraes e Lula.