O agente da Polícia Federal, Wladmir Matos Soares, declarou nesta segunda-feira (28) que atuou na equipe de segurança do ministro Alexandre de Moraes durante seu mandato como ministro da Justiça em 2016. O depoimento foi realizado por videoconferência sob a supervisão do juiz Rafael Tamai, que é relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Soares, que está preso desde o ano passado, é um dos réus do núcleo 3 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante o interrogatório, Soares afirmou ter experiência em segurança de grandes eventos e foi designado para proteger o hotel onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se hospedou durante a transição de governo em dezembro de 2022. Ele negou qualquer atividade ilegal e explicou que estava cumprindo funções oficiais da PF na Operação Posse, que envolvia a segurança do presidente eleito.
As investigações indicam que Soares teria vazado informações sobre a segurança de Lula no dia 13 de novembro de 2022, um dia após a diplomação do presidente eleito e em meio a atentados contra a sede da PF em Brasília. O depoimento de Soares ocorre em um contexto mais amplo, onde outros nove militares e um policial federal também estão sendo interrogados no STF, todos acusados de planejar ações táticas relacionadas a um suposto golpe de Estado, incluindo o monitoramento de autoridades como Moraes e Lula.