Na manhã desta quinta-feira, 24, o policial federal Marcelo Bormevet prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e negou as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua suposta participação em investigações direcionadas a adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro e na disseminação de notícias falsas. Bormevet, que atuou como coordenador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, foi o primeiro réu do núcleo de desinformação a depor no caso.
Durante a audiência, presidida pela juíza auxiliar Luciana Sorrentino, Bormevet afirmou não ter mantido contato com o ex-presidente e negou acesso ao sistema de investigação First Mile, utilizado para monitorar adversários políticos. Ele mencionou que seu subordinado, o subtenente Giancarlo Rodrigues, tinha acesso ao sistema antes de ser alocado sob sua coordenação.
A PGR, por sua vez, alega que Bormevet orientou Giancarlo a realizar pesquisas sobre um inquérito envolvendo Jair Renan, um dos filhos de Bolsonaro, a pedido do próprio presidente. Além disso, a denúncia aponta que Bormevet compilou informações falsas sobre as urnas eletrônicas e ministros do STF, com o intuito de desacreditá-los. Em resposta, Bormevet reafirmou que não cometeu irregularidades e negou envolvimento na produção de notícias falsas.