A Justiça de São Paulo tornou réus quatro policiais militares envolvidos na execução de Igor Oliveira de Moraes Santos, ocorrida durante uma operação em Paraisópolis, na Zona Sul da capital, no dia 10 de julho. Os agentes Renato Torquatto da Cruz e Robson Noguchi de Lima foram presos sob a acusação de homicídio doloso, após a divulgação de imagens de câmeras corporais que mostram os disparos contra o suspeito já rendido. Outros dois policiais, Hugo Leal de Oliveira Reis e Victor Henrique de Jesus, também foram indiciados por apresentarem versões contraditórias sobre os eventos.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça em 22 de julho e aceita pela juíza Luciana Menezes Scorza. Os promotores alegam que os policiais agiram motivados por razões torpes, utilizando força excessiva e indevida em um ato de justiçamento. As imagens mostram Igor rendido e desarmado, sendo alvejado por três disparos enquanto se levantava, após já estar encostado na parede com as mãos para cima.
O coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da PM, afirmou que a ação dos policiais foi ilegal e que uma apuração rigorosa está em andamento. Ele destacou que, apesar de a operação ter começado de forma legítima, os disparos realizados contra um suspeito rendido não tinham justificativa. As prisões ocorreram após a análise das gravações das câmeras corporais, que foram ativadas durante a abordagem. O inquérito sobre o homicídio doloso terá um prazo inicial de 20 dias, podendo ser prorrogado por mais 40 dias, enquanto a investigação prossegue.