Quatro policiais militares de Mato Grosso foram afastados de suas funções após determinação do comandante-geral da Polícia Militar, Cláudio Fernando Carneiro Tinoco. A decisão, publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (24), se deu em razão de investigações que apontam que os PMs forjaram um confronto com assaltantes, envolvendo a arma utilizada no homicídio do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em julho do ano passado em Cuiabá.
Os policiais Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins terão seus fardamentos e equipamentos recolhidos a partir desta sexta-feira (25). A medida segue as determinações da 11ª Vara Criminal, que já havia imposto outras restrições, como a retirada do porte de armas. Os quatro já são réus em um processo judicial e foram presos na Operação Office Crimes: A Outra Face, em março, sendo liberados em maio após habeas corpus.
As investigações do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) revelaram que os PMs teriam escondido a arma do crime e a inserido na cena de um suposto confronto para dificultar as investigações. A perícia constatou que não houve troca de tiros, contradizendo os relatos dos policiais, e que as munições encontradas no local pertenciam ao batalhão das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), onde os investigados atuavam na época. Além dos PMs, outras seis pessoas foram presas por envolvimento direto no assassinato do advogado, motivado por uma disputa de terras.