Uma operação da Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa resultou no desmantelamento de uma rede criminosa que organizava casamentos de conveniência entre mulheres portuguesas e imigrantes ilegais. A ação, que ocorreu na última semana, levou à detenção de 58 pessoas e revelou um esquema que cobrava até 33 mil euros por casamento, equivalente a quase 200 mil reais.
A investigação apontou que o objetivo dos casamentos fraudulentos era facilitar a obtenção de autorizações de residência e, posteriormente, da nacionalidade portuguesa para os estrangeiros envolvidos. As mulheres recrutadas para atuar como “noivas” firmavam acordos financeiros com os imigrantes, sem a intenção real de constituir família, configurando crimes de falsificação documental e usurpação da função pública.
Os contatos entre os “noivos” eram realizados principalmente por meio de redes sociais, onde os estrangeiros negociavam os valores dos serviços. Até o momento, foram identificados pelo menos 64 casamentos fraudulentos, com imigrantes pagando quantias elevadas para regularizar sua situação em Portugal.
A Polícia Judiciária alertou sobre os riscos legais e sociais dessas práticas, que podem resultar em processos criminais e expulsão dos imigrantes. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) afirmou que está intensificando a verificação dos pedidos de autorização de residência baseados em casamento, e a investigação continua em andamento, sem descartar novas detenções.