A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) estão investigando um suposto desvio de emendas parlamentares destinadas a eventos de jogos digitais, com foco na Associação Moriá. A entidade, que recebeu R$ 46 milhões de parlamentares do Distrito Federal entre 2023 e 2024, é alvo da operação Korban, que cumpre 16 mandados de busca e apreensão em Goiás, Acre, Paraná e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Cinco dirigentes da Associação, além de seis empresas subcontratadas, estão sendo investigados. A operação também resultou em medidas de sequestro de bens, incluindo veículos e imóveis, e no bloqueio de contas bancárias dos envolvidos. A PF informou que a Moriá não poderá receber novos repasses de recursos federais ou transferir valores às empresas subcontratadas, devido à falta de transparência na gestão dos recursos públicos.
Os R$ 46 milhões recebidos pela Moriá foram destinados a um programa que ensina crianças e adolescentes a jogar jogos populares como Free Fire e Valorant. Até o momento, R$ 8 milhões já foram pagos, com o restante empenhado, conforme dados do Portal da Transparência. Entre os parlamentares que destinaram recursos estão o deputado Fred Linhares (Republicanos) e o senador Izalci Lucas (PL).
A Associação Moriá defendeu sua legalidade em comunicado, afirmando que a formação dos dirigentes é amparada pelo Código Civil e que suas ações impactaram mais de 71 mil jovens em diversas regiões do Brasil. O presidente da entidade, Gustavo Fonseca, possui formação em Gestão Pública e experiência em políticas públicas, segundo a nota divulgada nas redes sociais.