A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (29) a Operação Korban, com o intuito de investigar o desvio de recursos públicos destinados a eventos de esportes digitais no Distrito Federal e no Espírito Santo. A ação, realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), investiga irregularidades relacionadas a aproximadamente R$ 15 milhões repassados à Associação Moriá por meio de termos de fomento com o Ministério do Esporte.
As investigações apontam que os recursos, provenientes de emendas parlamentares, deveriam ser utilizados na organização de jogos estudantis de esportes digitais entre 2023 e 2024. Contudo, há indícios de falsificação de orçamentos e fraudes em processos de subcontratação, envolvendo possíveis empresas de fachada e falta de rastreabilidade dos valores. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 13,2 milhões, representando mais de 80% do total previsto.
Apesar da origem parlamentar dos recursos, a PF esclareceu que nenhum deputado é alvo da operação. A pedido da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, autorizou o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo o Distrito Federal, Acre, Paraná e Goiás. Além disso, foram apreendidos veículos e imóveis, e contas bancárias de empresas investigadas foram bloqueadas, totalizando cerca de R$ 25 milhões em bens e recursos indisponíveis.
Entre as medidas determinadas pelo STF estão a suspensão de novos repasses federais à Associação Moriá e a proibição de transferências de valores às empresas subcontratadas. Até o momento, a Associação Moriá não se manifestou sobre as acusações.