Quinze dias após a transferência total da fiscalização de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs) do Exército para a Polícia Federal (PF), a instituição divulgou dados sobre o registro de armas na categoria. A mudança de responsabilidade ocorreu em 1.º de julho, após um adiamento de seis meses, com um investimento de R$ 20 milhões do Ministério da Justiça para garantir a execução da nova tarefa. A PF conta atualmente com 600 agentes qualificados para essa função.
Os dados revelam um aumento significativo no número de registros de CACs durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, com um pico histórico de 361.142 certificados emitidos em 2022. Em contraste, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva viu uma queda drástica, com apenas 1.076 registros em 2023, embora tenha havido um aumento para 73.085 em 2024 até o momento. Desde 2001, 81,7% dos registros foram emitidos durante a gestão Bolsonaro.
Para melhorar a fiscalização, a PF planeja criar Delegacias de Controle de Armas em todas as capitais e 96 Núcleos de Controle em delegacias federais. A transferência de competência, que deveria ter sido concluída em janeiro de 2023, foi adiada devido à necessidade de mais tempo e recursos, conforme solicitado pela PF ao ministro da Justiça. A auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2023 destacou fragilidades no controle militar, que contribuíram para a paralisação da fiscalização durante a transição de responsabilidades.