O Plano Safra 2025/26, anunciado com um recorde de R$ 600 bilhões, destinará apenas R$ 8 bilhões para agricultores que praticam cultivos de baixo impacto ambiental, conforme análise do Instituto Talanoa divulgada no dia 4 de outubro. O total liberado para o setor produtivo será de R$ 605,2 bilhões, sendo R$ 516,2 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 89 bilhões para a agricultura familiar, o que representa apenas 1% do montante total para práticas sustentáveis.
Dentro dos R$ 516,2 bilhões destinados à agricultura empresarial, somente R$ 8,15 bilhões serão alocados para o RenovAgro, uma linha de crédito voltada para práticas sustentáveis no agropecuário. Apesar de um aumento de 6% em relação aos planos anteriores, a quantia ainda é considerada insuficiente para atender a demanda por práticas agrícolas que minimizem os impactos climáticos.
O RenovAgro, que foi introduzido no Plano Safra 2023/24, funcionará em três frentes na nova edição: RenovAgro Demais, RenovAgro Ambiental e RenovAgro Recuperação. Para ter acesso ao financiamento de até R$ 5 milhões com juros subsidiados, os produtores devem seguir sete ações específicas, incluindo a recuperação de pastagens degradadas e a utilização de bioinsumos.
Além disso, os agricultores precisam estar em conformidade com o Zoneamento Agrícola (ZARC), que estabelece diretrizes para o cultivo de baixo impacto ambiental. Para a soja, por exemplo, o ZARC determina zonas de risco que impactam o acesso a programas de seguro rural, que contarão com quase R$ 7 bilhões em recursos da União nesta edição do plano.