O Partido Liberal (PL) está avaliando a criação de uma nova secretaria no Rio de Janeiro para apoiar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em meio à pressão para que ele se distancie da recente tarifa de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A proposta surge após declarações de Paulo Figueiredo, aliado de Bolsonaro, que defendeu a medida, referindo-se à tarifa como 'tarifa Moraes', em alusão ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que conduz o processo contra Jair Bolsonaro por suposto golpe de Estado.
Trump justificou a tarifa ao afirmar que o ex-presidente brasileiro enfrenta uma 'caça às bruxas', alegando, sem respaldo em dados, que os Estados Unidos têm prejuízos nas relações comerciais com o Brasil. Em resposta, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, criticou a decisão, afirmando que ela se baseia em uma 'compreensão imprecisa dos fatos'. O governo Lula expressou indignação e reiterou a necessidade de uma resposta à carta enviada em maio aos EUA, propondo negociações sobre tarifas.
Figueiredo, em declarações, reafirmou que ele e Eduardo Bolsonaro estão trabalhando em sanções específicas contra Moraes, mas reconheceu que Trump optou por um caminho diferente para alcançar os resultados que considera benéficos para os Estados Unidos. A estratégia do PL visa evitar desgastes para o candidato da direita nas eleições de 2026, considerando que a atual situação é desfavorável para a direita brasileira e que um distanciamento claro de Eduardo Bolsonaro em relação à tarifa é necessário.