A guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciou nesta sexta-feira (11) o processo de desarmamento no Iraque, após anunciar em maio a dissolução do grupo, que lutou por mais de quatro décadas contra o Estado turco. A cerimônia de entrega do primeiro contingente de armas ocorrerá em Suleimaniya, na região do Curdistão iraquiano, que faz fronteira com a Turquia.
O PKK, considerado uma organização terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais, começou suas ações armadas em 1984, visando a criação de um Estado curdo, resultando na morte de mais de 40.000 pessoas ao longo do conflito. Embora inicialmente prevista como um evento público, a cerimônia foi restringida a um número limitado de convidados por motivos de segurança, incluindo membros do partido turco pró-curdo DEM, que atuou como mediador nas negociações entre o PKK e o governo turco.
Abdullah Öcalan, fundador do PKK e preso desde 1999, convocou o fim das hostilidades e o início das negociações para a dissolução do grupo. Em uma mensagem de vídeo, ele enfatizou a importância da política e da paz social, pedindo que seus princípios fossem colocados em prática. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou otimismo quanto ao sucesso do processo de desarmamento.
Apesar do avanço nas negociações, os comandantes do PKK exigem a libertação de Öcalan para acelerar o desarmamento. No entanto, ele não pediu sua libertação e deseja que o processo de paz não dependa de seu destino pessoal. A desconfiança entre o PKK e o Estado turco ainda persiste, e ex-combatentes relataram ataques das forças turcas, mesmo com o processo de paz em andamento.