Em um marco histórico, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) começou nesta sexta-feira (11) a entrega de armas, dando seguimento ao anúncio feito em maio sobre o fim de sua luta armada, que se estendeu por quatro décadas. A cerimônia de desarmamento ocorreu em Suleimaniya, no Curdistão iraquiano, onde militantes do grupo queimaram fuzis AR-15 como parte do processo de dissolução da guerrilha.
O PKK, que busca a criação de um Estado curdo em uma região que abrange partes da Turquia, Iraque e Irã, é considerado uma organização terrorista pelo governo turco e seus aliados ocidentais. Desde 1984, o grupo tem realizado ataques em território turco, resultando em mais de 40 mil mortes ao longo do conflito.
A cerimônia, inicialmente planejada para ser pública, teve o acesso restrito a um número limitado de convidados por motivos de segurança. Entre os presentes estavam membros do partido turco pró-curdo DEM, que atuou como mediador nas negociações entre o PKK e o governo da Turquia. O líder do PKK, Abdullah Öcalan, atualmente preso, pediu o fim das hostilidades e a busca por um acordo pacífico.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou otimismo quanto ao sucesso do processo de desarmamento, enquanto os comandantes do PKK pedem a libertação de Öcalan para acelerar a dissolução do grupo. No entanto, Öcalan não condiciona o processo de paz a sua liberdade, buscando desvincular seu destino pessoal das negociações em andamento.