O sistema de transferências em tempo real do Brasil, conhecido como PIX, está sendo questionado em um processo aberto pelo governo dos Estados Unidos. A investigação foi anunciada na noite de terça-feira (15) pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), a pedido do presidente Donald Trump. O USTR alega que o Brasil estaria adotando práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, favorecendo seus próprios sistemas desenvolvidos pelo governo.
Desde seu lançamento em novembro de 2020, o PIX tem revolucionado a economia brasileira, alcançando recordes de movimentação. Em 2024, o volume total transferido pelo sistema atingiu R$ 26,46 trilhões, um aumento de 54,6% em comparação ao ano anterior. O número de transações também subiu, com 63,5 bilhões de operações realizadas em 2024, conforme dados do Banco Central.
O Banco Central e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foram contatados para comentar sobre a acusação de que o PIX poderia ser considerado uma prática desleal por ser gratuito e impactar a receita dos bancos. Até o fechamento desta reportagem, não houve resposta das instituições. O diretor do Banco Central, Renato Gomes, destacou anteriormente a importância do PIX para pequenos comerciantes e microempreendedores, que agora têm acesso facilitado a meios de pagamento digital.
Enquanto isso, o Banco Central continua a desenvolver o sistema, com novidades como o PIX Agendado Recorrente e o PIX por aproximação, além de planos para expandir o uso do PIX internacionalmente. O BC já observa a aceitação do sistema em países como Argentina, Estados Unidos e Portugal, embora a utilização atual seja considerada parcial.