O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, protocolou uma manifestação de 14 páginas no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a ampliação das medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. O pedido foi motivado por declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que indicaram a possibilidade de sanções ao Brasil, intensificando as alegações de ameaças por parte de Eduardo Bolsonaro.
O parecer do procurador foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira, 16 de agosto, e, na sequência, a Polícia Federal realizou buscas nos endereços de Jair Bolsonaro, que agora está monitorado por uma tornozeleira eletrônica e tem restrições de horário. Gonet argumenta que as medidas anteriores, como a apreensão do passaporte, não são suficientes para evitar uma possível fuga do ex-presidente.
Segundo o PGR, a fase de instrução do processo está se encerrando, e tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro têm promovido ações para obstruir o andamento do processo penal. Gonet destacou que Eduardo tem utilizado suas redes sociais para divulgar conteúdos em inglês, com o intuito de influenciar a opinião pública internacional e pressionar autoridades estrangeiras a imporem sanções contra membros do Judiciário brasileiro.
Além disso, a manifestação do PGR menciona um repasse de R$ 2 milhões de Jair Bolsonaro a Eduardo, realizado em 13 de maio, enquanto o deputado estava nos Estados Unidos. Gonet considera essa transação como evidência de uma colaboração entre pai e filho para sustentar uma ofensiva política no exterior contra as autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações.