A Procuradoria Geral da República (PGR) decidiu arquivar o pedido de investigação contra o ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e outros membros da cúpula da Previdência, incluindo o atual chefe do órgão, Wolney Queiroz. A decisão foi divulgada na quinta-feira, 3 de julho de 2025, após uma representação apresentada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) em maio deste ano.
A senadora alegou que a liderança da Previdência foi alertada sobre possíveis fraudes em descontos não autorizados em aposentadorias durante uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Privada (CNPS) em junho de 2023, mas não tomou medidas para interromper as atividades suspeitas. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que os elementos apresentados não eram suficientes para justificar uma investigação criminal, destacando a falta de indícios concretos de autoria e materialidade.
Gonet também ressaltou que o caso já está sendo investigado em um inquérito policial na 15ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, e que não há evidências que justifiquem a transferência da investigação para o Supremo Tribunal Federal (STF). Após a decisão, Carlos Lupi comemorou o arquivamento, enquanto Damares Alves expressou seu descontentamento e anunciou que a cúpula da Previdência será alvo de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurações adicionais.
A criação da CPMI foi aprovada pelo Congresso em junho, mas os trabalhos devem iniciar apenas no segundo semestre, após o recesso legislativo. A presidência da comissão deve ser ocupada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), enquanto a relatoria ainda está em definição pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).